Uma das minhas funções diariamente é ler vários jornais brasileiros para a realização de um clipping personalizado. Dentre estes leio grandes jornais e sites de âmbito nacional como também, estadual. Em sendo assim e desenvolvendo este trabalho há vários anos creio que posso te ajudar a qualificar sua opinião nas rodas sociais de que participa.
Seria legítimo dizer que toda a informação tem que ser verídica. Claro. Mas, nem sempre é assim. As informações obedecem linhas ideológicas dos veículos, bem como, e infelizmente, alguma influencia ou muita dos patrocinadores. Portanto, para você estar bem qualificado a opinar, deve sempre avaliar a informação, confrontando com outros veículos. Se esta sair em quatro veículos de circulação nacional tem grande chance de ser verídica.
Fique atento também à parte redacional. Cada veículo tem seus manuais de redação que definem pronomes de tratamento, enfim, como o jornalista deve redigir naquele veículo. Muitas vezes, ao checar as informações, você vai ver que um veículo foi mais taxativo, mais radical naquele tema, e o outro, mais ameno, aí você vai ver a linha adotada pelo mesmo naquela questão e deve sempre ficar atento e questionar se há veracidade ou não no que lê.
onal da mesma também obedece aos manuais de redação disponíveis inclusive no mercado portanto, se você é leitor de um só veículo pode estar sendo manipulado integralmente nas informações que difunde pois, todo o leitor é um difusor do que lê.
As famosas barrigadas fruto de fontes mal informadas não devem desqualificar um colunista ou veículo. A informação sempre, em sua maioria, vem de fontes. Hoje o wikileaks é uma das fontes mais utilizadas pelos grandes veículos pois, utiliza provas documentais. Mas, fontes verbais mesmo checadas, muitas vezes têm um histórico de idôneidade mas, naquele determinado momento pode estar dando uma informação falsa. Cabe a você, leitor amigo, qualificar sua opinião, diuturnamente.
Jornalismo muitas vezes não retrata a verdade e sim versão. Mas, muitas vezes pode estar informando a verdade. Por sinal, a verdade tem várias versões. Cada veículo tem sua forma de ver uma determinada situação. Não são raros momentos onde confronto dados diferentes entre um texto e outro. Por exemplo tal atividade economica é 50% maior que a do ano passado, o outro veículo para o mesmo assunto diz é 20. Ou seja, os dois veículos foram alimentados por fontes diferentes mas, se um terceiro diz 50, é melhor você ao discutir e passar suas informações em encontros sociais difundir sempre a fonte como formadora de sua opinião.
O nível de leitura do brasileiro é muito baixo. Livros e livrarias não são prioridades do dia a dia do brasileiro. Lutas na Tv, futebol, programas populares é que compõe o dia a dia do cidadão de nossa nação. Mas, isso não impede que toda vez sua manifestação, fala, opinião seja profunda. Basta que você esteja atento à linha editorial de cada veículo que te informa. Se um veículo, por exemplo, politicamente bate muito em uma personalidade política, não creia nele para te informar sobre aquele político. Busque o que fala melhor daquela personalidade e faça aí sim a composição da sua opinião. O choque de informações compõe melhor uma opinião, dá maior amplitude a ela, do que a informação singular, vinda de um veículo só. Você terá menos chance de ser o idiota da vez. Sendo claro, nunca acredite só no Jornal Nacional, veja também o da Band, SBT e forme sua opinião. Todos podem ser visto a qualquer hora na internet.
Citados os jornais televisivos entramos em outros veículos informativos são a televisão e o rádio. Estes não fazem parte do meu clipping e fazem, através de vídeos postados no You Tube e Rádio Web. Hoje a Web pode se caracterizar como a fonte de informação mais qualificada e menos qualificada. Os erros em blogs e sites são infinitos bem como, os acertos, a exclusividade e a primeira mão. O que sai no jornal impresso muitas vezes já foi informado, difundido na internet, tres dias antes, portanto, se você quer ter como norteador de sua opinião o furo você tem que estar mais atento à televisão, ao rádio e à internet.
Em resumo estou escrevendo uma coisa simples, até infâme aqui. Não acredite em apenas um veículo como formador de opinião. No mínimo quatro têm que compor aquilo que vai sair da sua boca numa roda de amigos sobre determinado tema e sempre cite a fonte, pois, se estiver errado quem te informou foi aquela fonte e a desqualifique quando ela errar por tres vezes. Errar uma vez é humano mas, tres é entrar pelo cano e perder leitores.
Termino com um poema que digo há vários: Você pensa que eu penso / Eu não penso / Eu me baseio em veículos de informação prá poder pensar o que eu penso. / Você pensa que eu penso / Eu não penso / Tudo o que eu converso numa mesa de bar / É exatamente o que aquele veículo me mandou pensar. / Você pensa que eu penso / Eu não penso / E você / Pensa?
Bons questionamentos.
Anand Rao
Jornalista, Músico e Poeta
anandrao477@gmail.com
